No fim da década de 70 o Accept lança o seu debut álbum, que seria o início de uma seqüência de sete brilhantes discos da banda de Heavy Metal mais importante da Alemanha.
Fundada em 1970 na cidade de Solingen, Alemanha, pelo vocalista Udo, a banda passou por várias formações até se estabilizar em 1976, quando tocaram no festival Rock AM Rhein e conseguiram um primeiro contrato de gravação. A formação à época contava com Udo Dirkschneider, Wolf Hoffmann, Peter Baltes (baixo), Gerhard Wahl (guitarra) e Frank Friedrich (bateria). Gerhard seria substituído por Jörg Fischer em 1978. A estréia do Accept em vinil aconteceu com um álbum auto-intitulado lançado em dezembro de 1978, mas algumas fontes citam janeiro de 1979. A estranha capa trazia a imagem de uma mulher bem vestida e segurando uma serra elétrica, com a imagem de uma metrópole ao fundo. O álbum auto intitulado abre com uma faixa que é um belo cartão de visitas em relação ao que seria a característica mais marcante do Accept: Refrões. Com uma letra bobinha, e sendo a primeira da banda a abordar o tema romance, “Lady You” começa com um típico riff de heavy metal oitentista e vai se transformando em uma faixa belíssima em todos os sentidos, o entrosamento da banda é evidente no suporte que os riffs, as linhas de baixo e a pegada precisa de Frank Friedrich, dão para o a bonita atuação de Udo Dirkschneider, fica difícil escolher o destaque, já que tudo é muito bem encaixado e requintado, até o solo é comedido para não atrapalhar em nada a perfeição da música, e mas pra mim, o maior destaque é o baixo de Peter Baltes. Rock and roll, mas com uma atmosfera de balada. E apesar de tudo que eu escrevi, no final das contas “Lady You” acaba se mostrando uma faixa simples. “Tired Of Me” tem um andamento nervoso e uma levada dramática, tanto pela atuação de Udo quanto pelas guitarras e as viradas precisas da batera, apesar de não ser rápida comparada com outras músicas do Accept, é de tirar o fôlego, Todo esse clima ainda tem suporte nos backing vocals, que dão um forte apoio ao refrão. Mesmo em 1979, pode ser considerada tranquilamente como metal oitentista tradicional, mas com a marca do Accept. Ainda mais puxada para o rock e não tanto para o Heavy Metal que seria feito posteriormente, mas já no caminho. A melancólica “Seawinds” é o início de uma série de baladas que “consagrariam” o Accept como sendo uma das bandas de Heavy Metal que registraram as melhores baladas da história do rock pesado.Além disso, também marca a entrada de Peter Baltes nos vocais, que atacaria em outras baladas dali pra frente, mostrando que nessa área, além dele ser melhor que Udo, ainda consegue ter uma atuação acima da média. Talvez, o primeiro clássico. “Take Him In My Heart”. apresenta os vocais de Udo abafado pelos outros instrumentos, mas tem um refrão belíssimo, tanto pela atuação de Udo quanto pelos backing vocais novamente bem encaixados, o solo também consegue ser tão bonito quanto o refrão, e é interessante ressaltar que temos uma belíssima melodia, que contrasta com uma cozinha nervosa, o que fica no ar a sensação de mistura entre “Lady You” e “Tired Of Me”... E que mistura! Para finalizar, vale destacar que essa música foi a primeira música do Accept a abordar relacionamentos, e mantendo o foco na figura feminina Que o primeiro disco do Accept é muito injustiçado, qualquer fã que já tenha escutado toda a discografia da banda sabe, mas eu preciso abrir um parêntese para “Sounds Of War”. A introdução dessa música é uma das intros mais marcantes do heavy metal setentista (lembrar que o disco foi lançado em 1979), os comoventes vocais de Peter Baltes se encontram com os de Udo(que ataca nas partes mais vitais da música), e somados com o instrumental perfeito e os sons que foram inseridos no estúdio(sirenes,bombas e etc),deixam a mesma com um andamento fiel a letra, que vale ressaltar, é uma das melhores composições do Accept. Como saldo final, temos uma das melhores músicas que abordam o tema guerra, e um “clássico” esquecido do Accept. “Free Me Now” é a mais rápida do disco, e consequentemente a melhor para bater cabeça, mas nada que se compare a uma “Fast As a Shark” da vida. O destaque vai para os vocais de suporte, mas ainda muito verde, nesse tipo de música a banda só iria se encontrar anos depois, apesar de aqui ser o embrião das músicas rápidas do Accept. Pelo fato de ser uma das letras mais curtas da banda, não da pra se dizer com exatidão se ela aborda o tema guerra. “Glad To Be Alone” é outra balada, desta vez ainda mais dramática que “Seawinds”, mas dessa vez temos nos vocais Udo Dirkschneider, enquanto a música vai ficando cada vez mais melancólica, ela encontra o seu ponto alto na hora em que a velocidade aumenta quando “entram” as precisas guitarras e o mais uma vez brilhante baixo de Peter Baltes, e vão até o fim guiando a mesma de forma impecável. Como se isso não bastasse, o refrão é uma amostra de todo o feeling de Udo, que se nunca foi um vocalista com uma bonita voz, sempre compensou isso com um Feeling alcançado por poucos. A bonita letra é mais uma que trata do tema relacionamentos, outro clássico. A próxima, “That's Rock N' Roll”, tem uma cadencia que lembra a de “Free Me Now”, principalmente pelas linhas de bateria, mas que acaba sendo um rock and roll acelerado, diria até que é um “rock and roll metalizado”, com Udo se esgoelando como nunca...Imperdível! Finalizando, com uma letra totalmente Manowar onde a banda fala de si mesma, temos uma música que apesar de não ser um clássico, é divertidíssima, e mostra bem como foi a passagem definitiva do rock and roll setentista para o Heavy Metal tradicional da década de 80. O forte de “Helldriver” é justamente o forte do próprio Accept: Os refrões. A sua letra rebelde fala sobre rodas pegando fogo na estrada e o demônio(não literalmente) tomando conta do protagonista. Sem muito segredo, e nada em especial, podemos destacar os refrões grudentos e a boa atuação de Udo e pular para a faixa que fecha o disco: “Street Fighter” tem uma letra que trata de ódio mas não nos da margem para compreender o real sentido da mesma.Os backing vocals lembram os de uma famosa música dos Rolling Stones, que ao escutar fica evidente, mais uma vez temos um forte trabalho em cima das guitarras, cozinha presente e eficiente, um Udo nervosíssimo, e por influência principalmente dos backing vocals(que estão abafados) uma levada descontraída. Enfim, o Accept começou com o pé direito, e esse auto intitulado, se não é propriamente Heavy Metal e está longe do que a banda faria em seguida, pode ser considerado um ótimo disco de Rock and Roll com estrutura de Heavy Metal Tradicional, eu recomendo. Informações adicionais: Remasterizado e Re-relançado com digipak em 2000 pela Nuclear Blast. Relançado mais uma vez em 2005 pela SPV. Todos os membros da banda participaram do processo de composição Esse é o álbum mais curto da discografia da banda, tendo menos de 40 minutos de duração. O baixista Peter Baltes cantou em duas faixas: "Seawinds" e "Sounds of War". Frank Friedrich gravou o álbum e logo após decidiu deixar abandonar a sua carreira musical. Produzido por Frank Martin , na época o álbum vendeu aproximadamente 3 mil cópias e abriu as portas para a banda tocar na Holanda, França e Bélgica, Udo não gostou das gravações, e segundo Wolf, o álbum foi uma mistura de vários materiais que a banda vinha tocando e compondo ao longo dos anos.
1. Lady You
2. Tired Of Me
3. Seawinds
4. Take Him In My Heart
5. Sounds Of War
6. Free Me Now
7. Glad To Be Alone
8. That's Rock N' Roll
9. Helldriver
10. Street Fighter
Udo Dirkschneider :Vocals
Wolf Hoffman: Guitars
Jorg Fischer: Guitars
Peter Baltes: Bass
Frank Friedrich: Drums
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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